segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


A mão de Cristal encostou a de fada Carlim, que parecia suave, mas fria. As duas flutuaram e ingressaram por sobre o lago negro. Cristal sentia uma leve brisa em sua face, e olhava para baixo, não conseguia ver nada além da escuridão. Carlim olhou para ela e apenas disse que elas se veriam depois. Soltou a mão de Cristal.Com um fino e agudo grito a Fada Cristal caiu nas águas negras do lago, e sumiu...

CONTINUANDO...

Uma floresta com troncos retorcidos e grandes. O vento batia levemente. Uma estrada de terra coberta por folhas corria por entre a mata. Cristal estava caída perto de um tronco super grosso. Seus olhos se abriram e por um momento pensou que estivesse de volta a floresta dos Magos. O lugar era muito parecido, ao não ser por algumas diferenças na paisagem. O clima frio predominava, e sobre a copa das arvores uma nuvem negra pairava, deixando a luz ficar mais rara.

Cristal começou a caminhar pela estrada, olhava para todos os lados atenciosa, não conseguia entender o porquê de ela estar ali, por que a Fada Carlim havia soltado sua mão sobre o Lago Negro? O sopro do vento veio correndo pela estrada, a sua frente, parecendo o som de vozes tumulares a muito aprisionadas em um lugar sombrio. A o passar por ela um som zuniu fino em seus ouvidos deixando-a tonta.

Cristal correu para o meio das arvores, aquilo não parecia ser um bom sinal, o mal estava rondando. Ela sabia que ainda estava no território das Fadas do Mal. Correu pela floresta e seu vestido foi rasgando nos espinhos que saiam das arvores, um som taciturno começou-se a ser ouvido. Parecia vir de longe ao mesmo tempo em que parecia que estava a cercando. Cristal correu mais rápido. Ela não tinha poder algum no território das Fadas do Mal, e não tinha certeza que poderia sobreviver por muito tempo.

As arvores fechavam todo o caminho, era difícil para ela correr mais rápidos, espinheiras cobriam o chão e nenhum atalho era possível se notar. A floresta se dirigia para baixo, em momentos Cristal estava descendo e não conseguia nem pensar aonde chegaria ao final daquela descida tortuosa. O Som se tornara intenso, várias vozes se misturavam, uma música sombria subia dentre as arvores.

Aos poucos Cristal foi notando que as arvores estavam ficando mais espaças, menos arvores, no momento seguinte abriu-se uma clareira que ela não notou pois estava correndo e olhando para trás, aquele som estava a perseguindo.

Seus pés escorregaram, ela caiu, seus braços seguraram a ponta de uma pedra que estava suspensa sobre um gigantesco precipício. Cristal começou a gritar, seu corpo estava suspenso, apenas suas mãos seguravam a pedra, ela não agüentaria muito tempo, uma de suas mãos já estava escapando da pedra, ela não ousava olhar para baixo, mas o vento frio e cortante subia daquele vale e cobria seu corpo de medo.

A única mão que segurava seu corpo começou a escorregar. Cristal lutava para sobreviver, lutava para conseguir ficar mais tempo segura naquela pedra, mas sua mão não seguia seu comando. Os dedos escorregaram todos, ela sentiu que iria afundar na imensidão do vale, mas ela sentiu alguém segurar bem forte seu braço. Por um momento ela pensou que não sobreviveria. Seu corpo suspenso começou a balançar, um calor provido daquela Mao que a segurava, começou a passar por toda sua pele, produzindo uma onda de alivio, seu corpo estranhamente começou a balançar para frente e para trás até que se virou ligeiramente para cima fazendo uma perfeita curva no ar, parando sobre a pedra.

Cristal olhou para si, seus cabelos caiam por sobre a face, seus vestido branco e leve, estava arranhado e rasgado. Tremia seu corpo inteiro, até que uma voz conhecida, suave e grave ao mesmo tempo, começou a ser pronunciada.
- Cristal você devia ter prestado mais atenção por onde estava caminhando.
- Fada Carlim? Como você está aqui e por que me salvou?
- Eu não desejo sua destruição Fada da Florest[a dos Magos.
- Então por que me largou naquele lago negro?
- Por que eu queria te mostrar Valhalla.
- Valhalla? Mas não estamos nos Jardins Cinzentos?
- Minha querida Fadinha – Sua voz parecia mais gutural que antes – noto que você não sabe muito sobre nós.
- Eu não deveria saber, não pertenço a linhagem das Fadas da Luz.
- Eu sei disso... Valhalla é o nosso lado, o nosso território, Os Jardins Cinzentos são os lugares que compõe nossa terra.
- E por que você me trouxe aqui?
- Olhe você mesma – Fada Carlim apontou sua mão para o horizonte atrás de Cristal ao mesmo passo que ela se virou para olhar.

O que podia ser visto lá embaixo depois do enorme vale que se abria em meio a floresta, coberto por uma fumaça esbranquiçada, era uma pequena montanha e sobre ela um povoado se assentava. Casas feitas de pedras em todas as cores, pendiam dos enormes paredões da montanha. Sobre uma saliência quase ao topo da montanha era possível se notar uma construção maior, um casarão de pedras com inúmeras torres que apontavam para o alto.

- Está vendo aquele castelo lá no topo, Cristal?
- Sim... Quem vive naquele lugar?
- Este é o povoado mais importante de Valhalla, igual ao teu na Floresta dos Magos.
- E por que você está me mostrando isso?
- Você já irá ver.

Fada Carlim levantou de suas costas enormes asas, que acompanhavam a cor de seu vestido lusco-fusco, e agarrou a mão da fada, ganhando os ares. Sobre o gigantesco vale, as asas enormes de Carlim se debatiam e as levaram para o povoado na montanha de pedras.

O som que tinha desaparecido quase por completo, reapareceu com mais força abaixo do manto de fumaça que cobria o vale, as vozes atordoantes formando uma sinfonia grotesca sobressaíram, atingindo as duas fadas. Cristal perguntou o que aquilo significava. Fada Carlim não soube responder, sua face exibia preocupação.

A fumaça da neblina que cobria boa parte da montanha de pedras foi se dispersando quando as duas estavam se aproximando. O lugar parecia deserto, as duas pousaram suavemente em frente ao castelo de torres pontudas. As enormes portas escuras se abriram e uma fada com asas negras e um vestido da cor da noite saiu lá de dentro.

Carlim se aproximou da outra fada, e começaram a discutir sobre algo que lhes parecia muito terrível. Cristal apenas ouviu algumas palavras, destruição das fadas, ataque inesperado e batalha.

As Fadas da Luz haviam adentrado os Jardins Cinzentos, num ataque inesperado contra as Fadas do Mal. Abaixo da montanha das pedras a batalha estava se armando, em poucos momentos iria começar. A canção de vozes em coro era o sinal que a batalha não tardava a iniciar.

CONTINUA...


sexta-feira, 21 de novembro de 2008





Deitada sobre uma espécie de altar coberta por folhas secas, Cristal lentamente abre os olhos. Ao redor há uma especie de construçao antiga, destruida, as arvores tomam conta do lugar, apenas uma clareira se abriu em meio a construçao, que parece um salão sem teto de um antigo palacio.

Cristal não enxerga ninguém, parece estar só.. sente um terrivel frio, seu vestido está todo molhado, ela custa a se recordar que havia sido engolida pel rio de gelo e pelas garras ferozes de uma criatura do mal. Se levanta do altar e começa a caminhar de pés descalços por sobre as milhares de folhas secas que cobrem o chão. Ela se dirige para perto de uma grande abertura toda adornada, do outro lado da abertura a construçao continuava, algumas partes totalmente caidas e outras como se nunca tivessem sido tocadas..

As arvores tomavam conta daquele ambiente também. O ar era pesado e escuro, não ventava, era umido e muito frio. Nada se parecia com os Jardins Luminosos, tudo ali era cinzento, caiado e velho. Nem o aspecto da natureza que permeava o lugar era vivo. As arvores pareciam mortas, porém não secas, mas era uma natureza morta em grande estilo.

Um vento úmido passou pelas costas da fada que se assustou e rapidamente olhou para trás... não havia nada, ela notou que algumas folhas das arvores se mexeram, passando pelas folhas secas do chão que foram se levantando em uma espécie de redemoinho em direçao a ela. A rajada de vento a atingiu em cheio, fazendo Cristal cair ao chão, ela não entendia o que era aquilo mas sabia que não era nada bom.

O sol que se fazia presente atras do céu escuro começou lentamente a morrer, a noite nascia rapidamente e aquela rajada de vento começou a se espalhar por todas as direçoes. Cristal que já estava de pé olhava atordoada para todas as direções, agora as arvores pareciam ter vida, as folhas secas do chão começaram lentamente a se transformar, ganhavam cores aos poucos, vermelhos vivos, verdes neons e fracos, outras verdes musgos. O cenário de terror de momentos atrás parecia ter sumido, mas era uma beleza ainda pesada e mórbida.

Um som baixinho começou a ser cantado. Cristal não sabia se vinha das árvores ou apenas o assuvio do vento que se tornava cada vez mais forte. Logo, tornou-se uma música. Uma linguagem imcompreensivel. Um som leve e natural que ecoava pelo recinto. A música a deixou mais calma, Cristal sentiu que se não se segurasse cairia em um sono profundo. Fixou, então, seus olhos em algo estranhamente inacreditavel que começava a acontecer.

O som doce da melodia se fixou em um redemoinho de folhas no centro daquele salão. As folhas pareciam dançar em volta do vento. Começou a se formar uma imagem, um vestido de folhas foi tomando forma. Um corpo alto e esbelto, braços e uma face apareceram em meio ao vento. Cabelos longos, pretos, esvoaçavam. Gigantescas asas cobertas por uma especie de folhas levemente douradas se fez presente. O vento parou.

A cançao ainda continuava. Cristal ficou abisamada ao ver aquela bela fada. Certamente ela era uma fada. Linda. o vestido não parecia ser de folhas, era em um tom avermelhado que brilhava, lusco-fusco, como o crepusculo vespertino. Uma malha macia de se ver.

A fada que ainda cantava parou lentamente de cantar. Seus braços dançavam e afastavam as folhas ao redor, as arvores se mexiam mais lentamente que antes. Um som agudo, mas macio foi perdendo força e quando estava quase sumindo ergueu-se como um grito cantado e todas as folhas do chão se ergueram, pareciam pular de felicidade. O som ficou imperceptivel, emudeceu, e as folhas cairam lentamente.

Aquela era Fada Carlim, uma fada do mal.. sua pele semelhante a cor da neve, era úmida e aveludada ao mesmo tempo, seus olhos negros brilhantes, pareciam estrelas em meio a um céu escuro. O seu corpo muito bem adornado estava impassivel, ela parecia ainda estar em transe até que todas as folhas voltaram ao seu lugar e as arvores pararam de se mexer.
Cristal que até aquele momento tinha estado parada para admirar o que havia acontecido, não sabia o que pensar ou o que fazer. Foi uma das coisas mais lindas que tivera visto, aquela cançao parecia ter jogado um feitiço sobre si, ela estava imóvel esperando aquela bela fada se pronunciar.

Fada Carlim saiu do transe mexendo a cabeça levemente como se tirasse um pensamento do lugar, então avistou Cristal. Lentamente ela saiu de seu lugar e veio se aproximando da outra fada. Ao chegar perto parecia maior, talvez as suas enormes asas dessem esta impressao. Sua voz começou a ser pronunciada, uma fala calma, suave, mas grave e incorpada.
- Seu nome é Cristal então?
- Sim... sou a fada da Floresta de Heimdall. Disse em um tom de suspense mesclado com medo e coragem.
- Heimdall? Nós já ouvimos falar dele... O mago que tudo sabe e tudo vê. Ele era uma lenda.
- Eu não o conheci... mas... eu o sinto.
- Imagino que sinta... nós nunca deixamos de sentir quem nos deixou.
- Você não me parece tão má. O que vocÊ quer de mim?
- Nós não somos o que as fadas dos Jardins Luminosos pensam que somos. Esta é uma história muito longa.
- Você poderia me contar... se você não é um ser do mal... não fará nenhum mal a mim... podemos então conversar. Cristal parecia não ter medo, mas ela apenas queria saber o que fazer pra sair dali, ela sabia que as Fadas do Mal eram perfeitas em persuadir, ela não podia entrar no jogo, depois daquela cançao que lhe acalmara ela sabia que estava em perigo.
- Posso lhe contar o que quiser... mas certamente agora não é o melhor momento.
- O que você irá fazer comigo?
- Se vocÊ se comportar, não farei nada.
- Como eu devo me comportar? Cristal não queria sentir aquilo, mas o medo já a cobria quase por inteiro.
- Apenas venha por aqui.


As duas fadas sairam, na frente foi a fada Carlim, suas enormes asas pareciam não brilhar tanto agora. S e diregiram para as arvores, que pareciam abrir caminho. Cristal olhava para tudo e ficava mais temerosa. Começaram a descer por entre a floresta de arvores relativamente baixas e escuras. A noite continuava fria, mas uma misteriosa luz prateada se fazia presente iluminado o lugar. Logo abaixo um lago de aguas negras.

Fada Carlim chegou as margens do pequeno lago virou-se e acenou para Cristal se aproximar. a fada se aproximou, chegou ao lado da fada do mal e visualizou as aguas negras. Fada Carlim suavemente disse que havia misterios entre os mundos das fadas e que o passado era como aquelas aguas. Cristal parecia não entender. Carlim se debruçou sobre a agua e com suas mãos palidas depositou nas aguas trazendo para perto de Cristal.
-Veja... ela é clara, mas num montante ela adquire outra forma.
- O que você quer dier com isso?
- Nós somos assim, separadas somos de um jeito e juntas temos outra forma.
- Você quer me dizer que não é uma fada do mal.
- Eu sou uma fada dos Jardins Cinzentos... eu não posso ser como as fadas dos Jardins Luminosos. Este lago negro simboliza a nossa linhagem.
- Eu.. não estou entendendo. Cristal ficava cada vez mais confusa.
- Os Jardins Cinzentos nem sempre existiu... as Fadas do Mal, como as Fadas da Luz nos chamam, também nem sempre existiram. Cristal apenas olhava desconfiada e admirada, pois fada Carlim falava olhando para as aguas como se lembrasse de uma triste história.
- Cristal, o nosso passado é negro como estas águas... não sabemos de onde viemos, o que sabemos é que as Fadas da Luz nos temem e nós igualmente a elas.
- Isso me parece estranho. Por que não há paz entre os reinos?
- Nós apenas fazemos o que sentimos... o que nossa Fada-rainha manda. Nossos reinos são inimigos, mas não vamos falar disso, dê me a sua mão.
- Para que? o que você irá fazer comigo?
- Não precisa temer, vou apenas te mostrar outra coisa.

A mão de Cristal encostou a de fada Carlim, que parecia suave mas fria. As duas flutuaram e ingressaram por sobre o lago negro. Cristal sentia uma leve brisa em sua face, e olhava para baixo, não conseguia ver nada além da escuridão. Carlim olhou para ela e apenas disse que elas se veriam depois. Soltou a mão de Cristal.

Com um fino e agudo grito a Fada Cristal caiu nas aguas negras do lago, e sumiu.

CONTINUA.

domingo, 28 de setembro de 2008

Conto: Cristal nos Jardins Cinzentos.


Valhalla é uma dimensão sombria. Escura. Reinada por Fadas do Mal. Governada pela imperatriz Miss Antropa, uma fada do mal que quer destruir todas as fadas da luz, ela ordena a captura desses seres, e quando as consegue, são transformadas para a maldade.

Fada Aril, a fada da luz, que comanda o vento em todas suas direçoes, foi capturada pela fada do mal, Carlin. A fada Carlin só desperta no crepúsculo quando o sol dorme e a noite vive, ela faz sua dança com as folhas dos Jardins Cinzentos, onde vive, e canta sua canção glorificando a noite. depois disso, seu unico objetivo é voar até o rio de gelo onde separa o véu entre Valhalla e os Jardins Luminosos, onde vivem as Fadas da Luz, para poder capturar fadas que por ali transitam, a colher cogumelos levemente invisiveis.

Cristal estava nos Jardins Luminosos, junto da fada Davei, irmã de Aril, que foi capturada por Carlin. As duas fadas caminhavam por entre flores gigantes, e arvores que não se via o fim. A margem delas um rio de aguas claras passava. Cristal estava em um vestido branco que arastava ao chão, Davei usava um manto de nuvem que cobria todo seu corpo, uma espécie de vestido, também.

Logo elas ergueram seus pés da grama macia e voaram sobre as flores gigantes. Davei carregava um cesto emaranhado de plantas, sobre as flores elas coliam frutos estranhos. Cristal sabia que logo adiante o perigo aumentaria.
- Davei, você está vendo o curso do rio?
- Sim, Cristal, quando ele dobrar aquela colina o frio tomará conta.
- Nós temos mesmo que ir até lá?
- Sim... Se nós nao colhermos os cogumelos, as fadas não poderão fazer suas poçoes.
- Eu entendo Davei, sem os cogumelos as poções de clarividencia nao serão possiveis...
- E sem estas poçoes nao poderemos encontrar minha irmã.
- Então vamos... colheremos os cogumelos antes do anoitecer.
Com os olhares atentos a qualquer atitude suspeita, as fadas voaram sobre o rio e seguiram seu curso até ele dobrar a colina. Uma rajada de gelo em flocos as surpreendeu, elas voaram rente ao rio, que ficava mais denso e em alguns momentos congelara por completo.
Chegaram a margem, ao longe poderia se ver picos encobertos por gelo, montanhas que ora pareciam invisivel em meio ao branco total, a Floresta se tornava mais escura e ao longe, do outro lado do rio de gelo, poderia se notar a escuridão completa. Lá ficava os Jardins Cinzentos, e lá estava a fada Aril.
O chão estava repleto de coisas esbranquecidas, pareciam pedras, mas eram menos densas; eram cogumelos, forravam os dois lados do rio de gelo. As duas fadas começaram a colhê-los. Passavam sua mão sobre eles e em um passe de mágica eles flutuavam até a cesta nacarada de plantas. Quando a cesta estava cheia, Davei disse que estava no momento de voltarem.


Davei lançou suas asas de cor prata entumescida e se lançou aos ares. Cristal, que não tinha asas, lançou-se para ganhar os ares, mas uma sombra escura a alcançou pelo pé e a puxou para perto do rio, Cristal gritava para Davei, que ao olhar para trás deixou os cogumelos cairem e em um subito voô desceu para tirar Cristal das garras do Mal.

A mão das duas se encontraram, Davei a segurava e tentava trazê-la para cima, mas as garras da sombra era mais forte, já encontrava o gelo do rio. Cristal começou a adentrar o gelo, Davei a segurava, suas asas batiam com ferocidade. A sombra já tinha desaparecido e a mão de Cristal afundou no gelo, largando a fada Davei.
Davei voou imediatamente para os Jardins Luminosos, ela não sabia o que pensar, sua irmã tinha se ido, e agora Cristal fora capturada pela mesma forma por uma Fada do Mal.

CONTINUA...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O triste caminho para editar um livro.

Editar um livro? A corrida massante para ter um escrito seu publicado pode ser comparado a ganhar na mega sena, só um pouco pior, porque você não fica rico, mesmo conseguindo.

uando se escreve um livro, você já tem meio caminho andado, mas é necessário uma revisão ortográfica, é necessario, ás vezes, contratar um editor. Isso exige dinheiro, se você tem, tranquilo, caso contrário tudo fica pior. Mas este é o menor dos problemas. Você precisa encontrar as editoras que editem o tipo especifico de seu livro, o gênero adequado. Aí vai gastar um certo tempo em livrarias a procura das editoras que publiquem livros de acordo com o seu.

Depois disso, com seu escrito já impresso, e com uma carta de apresentação bem clara e especifica, você deve enviar para as editoras que encontrou.

Então seus problemas começam, pois pode demorar muito tempo para algum editor te responder, e se responder você pode ainda levar um singelo NÃO na cara.

Editar um livro por uma editora comercial é um sonho, mas bem dificil, caso você não tenha contatos interessantes. Mas, mesmo você conseguindo um contrato com uma editora comercial, seu ´sonho pode não ser tudo auqilo que você queria. Quando se tem um contrato não espere rios de dinehiro, porque você receberá apenas 10% da venda, ou seja se a capa custa R$ 20,00 você receberá R$ 2,00 por livro, apenas. E sabendo como nossa cultura não é formada em base de leitores, você pode se decepcionar muito.

Não é justo? O que é justo nesse mundo, nesse país? Você, então, demora messes, talvez anos trabalhando em cima de um escrito que trata como um filho, e quando este é comercializado não paga nem um terço de seu árduo trabalho.

Lembro-me das palavras de um esritor que muito considero: Santiago Nazarian. Ele diz: "É um longo e rastejar caminho". E é verdade, até seu trabalho ser considerado pelos criticos como bom, e você ter um retorno interessante, pode demorar algum tempo.

Bem, é somente isso que tenho a dizer. Se pensa em escrever, isso é muito bom, nunca desanime, siga seu sonho, vá em frente, mas tenha em mente que isso é uma batalha e as perdas podem ser profundas.


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

CRISTAL.


Cristal é uma menina que vive em uma dimensão nada encantada. Seus longos cabelos loiros, em contraste com seus olhos cinza-escuros, revelam muito de si. Sua dimensão, os Seres não conhecem o poder da magia, trabalham o tempo todo, traduzem e escrevem livros que são mandados para outros lugares.

Em uma outra dimensão. Uma floresta, a Floresta Encantada, de todos os Magos, Fadas, Duendes e outros tipos de seres mágicos. Houve uma batalha. Entre os dois maiores magos do Universo Mágico. Heimdall, da Floresta Encantada e Folhas de Cedro, da Floresta das Sombras, o lado das trevas.

A batalha, que houve no povoado de Heimdall, levou a sua destruição. Folhas de Cedro, conquistou a Floresta para si, e congelou todos os seres daquele povoado na Piramide de Gelo, um tipo de prisão, que congela seres indesejados.

Mas, um mago se salvou, nessa batalha. Kandubble Cheiro de Árvore, era aprendiz de Heimdall, ele se trancou em um calabouço e trouxe a menina Cristal a Floresta Encantada. Ele sabia que somente ela poderia ajudá-lo a derrotar Folhas de Cedro. A menina, que nunca tivera conhecimento de um Universo Encantado e que jamais soube que tinha poderes mágicos, descobre sua história, descobre que há muito poder mágico em si, mas não entende o porquê.

Cristal e o Mago Kandubble iniciam uma jornada até a Floresta das Sombras, para iniciar uma batalha com o Mago Folhas de Cedro... a história continua com muitas aventuras, reviravoltas, descobertas do passado, tudo em cenários encantados, cenários em que a mágia predomina. Castelos, seres estranhos, animais e insetos de outro mundo. Lagrimas e emoções. Tudo isso dentro de um livro. Cristal. Para quem acha que só J. K. Rowlling é capaz de criar histórias fantasticas como Harry Potter, espere ver o que há em meu livro. CRISTAL, ano que vem nas melhores livrarias do país, e nas piores também. hihihhih

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Escrevi este livro há alguns anos, estou em um trabalho intenso para reescreve-lo, mas está ficando bom. Se você já gostou da antecepiçao, de um pequeno resumo que acabei de mostrar, eu gostaria que você esperasse só mais um pouco. Cristal, é um livro de fantasia, mas com um pano de fundo bem real. Espero que todos conheçam e se encantem como eu tenho me encantado há anos.
Abraço a todos.


segunda-feira, 25 de agosto de 2008


A CORTINA DA MENTIRA.


descem sobre os olhos

fecham-se com lucidez

todos alinhados...


os cilios se fecham para o mundo

e dormem, e sonham, e acordam.

olhos... vêem a mentira

vêem o mundo!


por tras da cortina escura

ao menos fingem descansados.


acorde! a cortina se abre.

a mentira novamente,amarela, branca, azul e verde

este é o mundo onde vives.


O sonho não é americano.

as estrelas não são unidas.

o que nos junta nos separa.


o que te nutre, também te destroi!



ASAS LIVRES.


batem as asas da borboleta

estao presas

nao conseguem se soltar


de um lado escuro, uma lareira

uma corrente se arrasta, um cão negro

preso em sua casinha.


as arvores liberam o lugar, preenchem.

ao meu lado um banco vazio

ao meu lado uma mulher de preto

ao meu lado, apenas, uma sombra


presa as asas da borboleta

eu nao consigo voar.

presa as asas da borboleta

aquela sombra negra não passo de sua presa.


Como uma mosca varejeira

ao contrário dos arrepios que me dá

me persegue, por que me persegue?

nao dá pra se soltar.


o casulo se rompeu

ligado a sombra negra

por dias e noites até o fim de um dia

ela escapou, foi embora, nao voltou


estão a voar..

sem tormentos, um novo lar.

as asas da borboleta estão livres.


felipe D'avila



DENTRO DE UM SONHO


ele se enrosca pelos ventos do capim

pelo gelo da montanha

pelo azul celeste das campinas


ele corre pelos vales da escuridão

e retorna em campos floridos.

a noite nao dura terminar

a noite perdura pela infinidade de um tempo.


os sons estremecem e voltam

e vao e voam como passaros

negros passaros que se tornam andorinhas

em meio a um mar agitado


o violino toca sem cessar

as maos dela sao perfeitas

tao perfeita melodia, ao tocar.


A barca vermelha corre pelo lago-riacho,

as ovelhas cansadas se formam em nuvens

maciças controlando a passagem do ar.


aquela musica volta a tocar...

o vigia do sonho parece querer..

ele não sabe onde está

ele parece, em um fio de tempo, vai acordar


As trevas consomem o olhar

aguas vermelhas, torrentes, correntes

batem em silêncio pelo corredor.

misturam-se as imagens.

o tempo passa, mas não passa.

o infinito, nao parece acabar... nem começou.


o vento passa...

Ele vai acordar.

o que eu não queria

o sonho vem a terminar. acordei!


felipe D'avila

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Quem é Neil Gaiman?


Neil Gaiman nasceu em Portchester, 10 de novembro de 1960, é um autor de romances e inglês. Vive em Minneapolis, Estados Unidos da América com a sua mulher, Mary McGrath, e seus três filhos. Em 1991, Gaiman publicou os Livros da Magia, uma mini-série em quatro partes que relata uma excursão às partes mágicas e mitológicas do Universo DC. Gaiman recebeu um prémio do Fantasy World Award em 1991 pela revista Sandman, uma obra grandiosa em quadrinhos de primeirissima qualidade.


Em 2005 publicou um novo romance, chamado Anansi Boys lançado em 2006 no Brasil com o nome de "Os Filhos de Anansi". Anansi é um daqueles deuses muito curiosos. Um deus dos panteões animistas da áfrica ocidental, Anansi é o deus-aranha, e fiel à sua natureza, tece. As suas teias são as histórias que formam o tecido da realidade, o tecido dos sonhos. Anansi é um daqueles deuses voláteis em quem não se pode confiar. Volúvel, Anansi toca-nos e o seu toque pode ser benéfico ou prejudicial. Muitas vezes assistimos às histórias de Anansi e ficamos com a sensação de que ele está apenas a brincar conosco, manipulando-nos a seu prazer sem qualquer outra intenção do que o mais puro divertimento. Como diz Neil Gaiman, há muitas histórias sobre Anansi. Algumas, Anansi vence, noutras nem por isso. Mas todas as histórias no fim acabam por ser histórias de Anansi.


Este foi um dos melhores livros que acabei de ler ultimamente, um livro poético, romantico no sentido literal da palavra, aventureiro, fascinante. Gaiman consegue transpor, às palavras, todo o ambiente dos cenários retratados pela história. Você acaba o livro tendo a impressão que acabou de assistir a um filme.

Uma das coisas mais impressionantes do livro, Filhos de Anansi, é como a história é ambientada, no principio tudo foi cantado e as coisas surgiram, o mundo as árvores, tudo... Algo, muito me chamou a atenção, em uma passagem do livro quando diz que cada ser tem sua prórpia música, não de um compositor ou de alguma banda, mas a musica da alma, e você, somente você sabe que a tem, e você a reconhece naqueles momentos que anda pelas ruas e faz hum hum hum e canta algo que é de si, ou sibila cançoes que sairam de dentro de si, estas são as suas musicas.
Isso é lindo.


Então, se gostaram do que falei sobre o livro, leiam. Pensem que lindo é você ter a sua propria música, preste atençao nos sons que você sibilia, se você descubrir que tem uma musica só sua, me diga. Viva a sua própria música. Eu já descubri a minha!